Os 400 anos de silêncio profético referem-se ao período entre o Antigo e o Novo Testamento, quando Deus não enviou profetas a Israel. Esse tempo, também conhecido como Período Intertestamentário (aproximadamente 432 a.C. a 4 a.C.), foi marcado por transformações culturais, políticas e religiosas em Israel. Abaixo estão os principais desenvolvimentos:
1. Influências Culturais e Políticas
Domínio Persa (até 332 a.C.):
Os judeus viveram sob relativa liberdade religiosa.
A cultura persa influenciou conceitos como dualismo (bem vs. mal) e angelologia.
Domínio Grego (332 a.C. – 167 a.C.):
Alexandre, o Grande conquistou a região e espalhou a cultura helenística.
Surgiram cidades gregas (como Cesareia) e o grego tornou-se a língua comum.
Conflitos entre judeus tradicionalistas e helenistas (que adotavam costumes gregos).
Revolta dos Macabeus (167 a.C. – 160 a.C.):
O rei selêucida Antíoco IV Epifânio profanou o Templo e proibiu o judaísmo.
A revolta liderada por Judas Macabeu restaurou o culto judaico (origem do Hanukkah).
Domínio Romano (63 a.C. em diante):
Pompeu conquistou Jerusalém, iniciando o controle romano.
Herodes, o Grande, reconstruiu o Templo, mas sua tirania gerou tensões.
2. Desenvolvimentos Religiosos
Sinagogas: Tornaram-se centros de ensino da Torá, já que muitos judeus estavam na Diáspora.
Tradução da Septuaginta (LXX): A Bíblia hebraica foi traduzida para o grego (século III a.C.).
Seitas Judaicas:
Fariseus: Defendiam a Torá oral e a ressurreição (influenciaram o judaísmo rabínico).
Saduceus: Elite sacerdotal que rejeitava a ressurreição e aceitava só a Torá escrita.
Essênios: Grupo asceta (possivelmente autores dos Manuscritos do Mar Morto).
Zelotes: Nacionalistas que pregavam a resistência armada contra Roma.
3. Expectativas Messiânicas
A opressão romana e as profecias do Antigo Testamento alimentaram a esperança por um Messias libertador.
Surgiram líderes autoproclamados messiânicos (como Judas, o Galileu).
4. Literatura Apócrifa e Pseudepígrafa
Livros como 1º e 2º Macabeus, Enoque, e Testamentos dos Doze Patriarcas refletem as crenças da época.
Conclusão
Esse período moldou o cenário do Novo Testamento: o grego facilitou a pregação cristã, as sinagogas foram usadas por Paulo, e as tensões políticas levaram à crucificação de Jesus. O silêncio divino foi quebrado com João Batista, preparando o caminho para o Messias.
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